Já comeram a sopa hoje?!
Sim?! Parabéns!!! Não?! Ah, vocês não sabem o que perdem, ou melhor, o que não conhecem!!!
Breve história da Sopa Quarto Minguante
Nos tempos idos a muito tempo a frente, depois de uma longa caminhada a apanhar pepinos do mar na areia da praia devolvendo-os ao mar, três amigas dirigiram-se ao monte para aconchegar os seus estômagos.
Sob o efeito carente de vitaminas, proteínas e etc., etc., etc. e coisa e tal (com excepção do chocolate), nasceu uma inspiração na colher de pau. Esta estava em cima de uma mesa a espera de entrar em acção!
-Panelas para elas, panelas para elas!!! Sem panelas não há colheres de pau!!!
Ora, a colher de pau, original da serra de Monchique estava cansada de mexer coisas duras e pouco saborosas. Pois bem, naquele instante em que as três amigas confabulavam na entrada da cozinha sobre o que viria a ser o jantar, eis que surgiu uma luz!!!
A colher de Pau ao olhar ao seu redor avistou a sra. pêra, o sr. piri-piri, a menina laranja, uma avó abóbora, uma sra. gorda batata doce e muitos outros companheiros de cozinha e dispensa...
Mexeu-se, rolou o seu corpo magro para um lado e para o outro da mesa, tentando cair no chão. Foi uma empreitada difícil, mas com a ajuda do cabo da sra. faca de pão ela conseguiu finalmente chamar a atenção das três amigas confabuladoras.
Emocionante e perplexa viagem ao mundo dos sentidos: três esfomeadas sem saber o que comer percorriam no mesmo instante por vias da imaginação a cenários de culinárias várias... a sra. colher de pau emitia a sua energia vibrante que lhe foi passada geneticamente e hipnotizava-as.
Foi então que uma das três amigas decidiu fazer correr imediatamente as outras duas:
- Fora da minha cozinha!!!
Agarrou a sra. colher de pau com toda a energia pulsante, começou a seguir o seu instinto natural, ao invés de ir buscar coisas escritas algures...
A sra. colher de pau enviava-lhe mensagens e os demais vizinhos de cozinha também. O corpo humano da terceira amiga comunicava-se com todas as células ali presentes.
Enquanto as duas amigas reunidas no quarto ao lado diante de um PC manuseavam o rato descobrindo o incrível mundo virtual, um cheiro esboçava-se no ar abrindo ainda mais os seus famintos estômagos.
É que na cozinha a D. Murila tinha cortado aos bocadinhos toda a vizinhança avistada pela sra. colher de pau: meio quilo da avó abóbora, uma grande menina cenoura, a sra. gorda batata doce, um pequenino piri-piri, quatro dentes de meninos alhos, um bom pedaço da menina gengibre e três folhas de louro velho. Após cortá-los, colocou-os juntos numa panela de barro algarvia dentro d'água não da chuva e sim da fonte, mas a fonte do outro lado do charco. Em lume brando para bem cozinhar.
Acrescentou alguns srs. condimentos importantíssimos para dar sabor:
1. Velhos caldos knorr com sabor a legumes ainda na validade;
2. O caril no vinho chegado das Índias das nossas loucas viagens.
Atenção: a sopa não tem vinho!!!
3. Um pouquinho só de nós moscada, pouquinho mesmo... muito faz com que o cerébro leve o ser humano a outras paragens...
4. Um limãozinho do jardim das Papoilas com umas raspas raspas raspas...
5. Um rosmaninho recém-nascido. (Pidi, pidi, pidi, pidi!!!).
6. Para finalizar o yogurte, mas tem de ser natural com bifidus. (?!)
Passados alguns minutos, a menina Mouralinda e a menina Marquinhas ainda estavam especadas diante do PC, o admirável mundo novo levava-as a mares nunca antes navegados.
E na cozinha a D. Murila triturava freneticamente com a sra. varinha mágica (mas sem chapéu de fada), todos os srs. ingredientes transformando-os numa papinha terapêutica.
Quadro final:
- Meaham, meaham, hum, hum, meam, meam, meam!!! Peace and Love!!! E um bom Ano!!!
(em off) - Puuuuuuuuuuuuummmmmmmm... - Tinha que ter alguma coisa para estragar!!!
As três amigas riam-se sem parar, enquanto os fogos desenhavam estrelas no céu sob o mar.
- Feliz 2008!
- Feliz 2008?
- Feliz 2008 :)
Contam algumas lendas que após o badalar do sino à meia-noite as princesas tornam-se abóboras, bruxas, sapos, tartarugas, coelhos... portanto, o Trio Colher de Pau precisava se recolher, despediram-se e a menina Mouralinda fez questão de dizer à menina Marquinhas que "As tartarugas conhecem melhor a estrada do que os coelhos".
A D. Murila despediu-se das suas queridas amigas presenteando-as com papoilas.
NÃO PERCAM A PRÓXIMA FASE DA LUA